Na óxido de tiopropanal destaca-se:
A química por trás das lágrimas de cebola
Por que algumas pessoas "choram" quando cortam cebolas?
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Porque o propanotial-S-óxido ou óxido de tiopropanal é liberado no ar quando as cortamos. O propanotial-S-óxido é um composto lacrimejante e irritante que faz nossos olhos se encherem de água, sem machucá-los.
Compostos lacrimejantes são detectados pelas terminações nervosas e desencadeiam uma resposta das glândulas lacrimais. As lágrimas são produzidas para diluir o composto irritante.
O propanotial-S-óxido é relativamente volátil. Quando seus vapores entram em contato com a parte sensível dos olhos, a córnea, mesmo em pequenas quantidades, ele reage formando ácido sulfúrico, propanal e ácido sulfídrico, causando a sensação de ardor e prurido que acompanha as lágrimas.
Propanotial-S-óxido, C3H6SO
2C3H6SO(aq) + 3H2O(l) → H2S(aq) + H2SO4(aq) + 2C3H6O(aq) + 2H+(aq)
Acredita-se que as cebolas produzam essa substância indutora de lágrimas para proteger a planta de animais herbívoros. O propanotial-S-óxido é o produzido pela cebola a partir de S-1-propenil-L-cisteína em uma série de reações químicas (abaixo) que acontecem quando a cebola é "machucada" (cortada).
Esquema da reação para a produção de propanetial. Ao cortar a cebola a enzima aliinase é liberada. Esta enzima catalisa a hidrólise do sulfóxido de S-1-propenil-L-cisteína, originando uma mistura de produtos que resultam no sabor da cebola como o ácido 1-propenilsulfênico. Uma outra enzima, denominada "sintase do fator lacrimogêneo" catalisa a conversão do ácido 1-propenilsulfênico no composto lacrimejante propanotial-s-óxido. |
Chega de lágrimas?
Apesar das técnicas domésticas existentes para evitar o ardor nos olhos ao cortar cebolas, cuja eficácia ainda é motivo de controvérsias, alguns cientistas estão tentando produzir cebolas geneticamente modificadas. Estas cebolas não contém a enzima "sintase do fator lacrimogêneo" e, assim, espera-se que essas cebolas gerem o composto associado ao gosto, mas não o convertam no composto lacrimogênio.
Créditos
Adaptado do conteúdo original de Paul M. Burnham (Hillsborough College, Sheffield, UK), publicado em http://www.chm.bris.ac.uk/motm/pso/psoh.htm
Tradução: Paula B. M. de Andrade
2 Comentários
Muito bom , tira qualquer dúvida que haja 👏 Parabéns...
ResponderExcluirTirou minha dúvida👏
ResponderExcluirValeu pelo comentário!